quarta-feira, 21 de setembro de 2011

como tudo começou - parte 2

Comecei o outro post dizendo "como tudo começou...", porém não expliquei como começou para mim... Foi assim...
Um dia, ao acordar e entrar no chuveiro, tive um estranhamento quando não senti direito a água quente no braço. Parecia que estava voltando de uma anestesia, como se a sensibilidade estivesse lá no fundo do braço e não na pele. Porém, quando coloquei o corpo inteiro, a água quente queimou me braço esquerdo... a água do chuveiro estava quente demais. Percebi que a perna direita e esquerda também apresentavam essa dissonância de sensações: sentia um estranhamento em todo o lado direito, do pescoço para baixo e o lado esquerdo estava completamente "normal".
Achei que tinha exagerado nos exercícios da véspera (malhava muito e vivia de dieta) e que, por este motivo, alguma vértebra da coluna tinha saído do lugar e estava pinçando algum nervo. Mas, no dia seguinte, estava igual...  Fui ao hospital e os médicos, após uma tomografia (para descartar um avc ou coisa parecida) me orentaram a, passados 3 dias com os mesmos sintomas, que procurasse um neurologista.
Os sintomas perduraram. Fui ao neuro e, após uma ressonância de crânio e pescoço, a hipótese diagnóstica: ESCLEROSE MÚLTIPLA!!!!! Achei recente confira neste primeiro resultado e fui a outro médico, muito conceituado na área e especialista em EM. Fiz uma bateria de exames de sangue e de líquor da medula, mas com todos os resultados na mão, o médico me disse que era prematuro diagnosticar como EM porque, como diz o nome, há múltiplos sintomas e eu só apresentava um.
Este talvez tenha sido um grande equívoco nesta minha história porque, passados 3 meses já nào havia mais sintomas... Eu achei que ele estava certo e me senti muito feliz. Nove meses depois do primeiro sintoma eu estava trabalhando, montando minhas bijoux quando, de repente, tive uma vertigem, uma sensação de desmaio (que não ocorreu) e, quando passou, percebi que minha visão estava alterada... como se estivesse turva ou leitosa, diminuindo minha capacidade de enxergar os detalhes, mas somente do olho direito. Nem quis pensar no pior. Achei que meu grau de hipermetropia tinha aumentado. Achei muito curioso porque sou hipermétrope há muuuuuuitos anos. Naquele mesmo dia, à noite, estava me maquiando para ir a uma balada com umas amigas quando, ao acabar, a Daniela Gumiero, grande amiga, me disse: "Tati, acho que vou te levar ao médico amanhã... você não está enxergando... pintou fora dos olhos". Fiquei surpresa com esta incapacidade de enxergar e, no dia seguinte, fui ao oftalmo com a Dani. Ele me disse que não havia nada de errado com meus olhos e que eu procurasse um neurologista. Putz... caiu uma bomba nas minhas costas. Eu não estava preparada para estar às voltas com um neurologista, de novo.... Fui, através da Dani, num super neurologista bam-bam-bam e ele me diagnosticou: Esclerose Múltipla! Não me convenceu. Fui em outra médica, super, super conceituada na área de Hematologia (Dra. Marcia), a quem, aliás, devo muito, de coração, porque ela me apresentou a Dra. Renata, minha querida Dra. Renata, mais que minha médica, minha amiga e grande incentivadora da minha jornada. A Dra Renata, em conjunto com a Dra. Samira (sumidades em EM, no Brasil), diagnosticaram, definitivamente, como Esclerose Múltipla Recorrente Remissiva, o conjunto de sintomas que eu apresentava ( neste momento, tive muitas perdas de sensibilidade do lado direito). Iniciei um tratamento de choque, mas isso, fica para outro dia, outro post...
Um grande beijo

terça-feira, 13 de setembro de 2011

como tudo começou

Sou a Tatiana Korilov, tenho 34 anos e convivo há 4 anos com o que chamam, na medicina ocidental, de esclerose múltipla e, na medicina orinetal, de deficiência do chi do rim. Talvez algo como um desequilíbrio do rim... não uma doença e nem uma sentença.
Nestes 4 anos, me trato e me consulto mesclando as duas filosofias e tenho tido resultados mais do que satisfatórios. Me sinto saudável, forte, feliz, com esperança no futuro, amada e, acima de tudo, acreditando que tudo que eu preciso para me conservar assim, está dentro de mim.
Alguns podem chamar de poder interior, outros de milagre... eu chamo de perseverança, de esperança, de fé em Deus e na bondade dos homens. Todos os dias eu recebo um milagre na minha vida... um colega da faculdade que me liga pra saber se estou bem, se estou com fadiga muscular... outro dia, meu amor me olha coçando os olhos e me pergunta se estou enxergando bem, se estou fraca... Este é o amor que cura, que nos faz ter esperança... é deste amor, deste poder que temos em nossas mãos, que gostaria de falar neste blog. Quero compartilhar com vocês o que a esclerose múltipla me trouxe ( por pior que ela pareça num primeiro momento) de bom, de mudança de hábitos e de costumes.
Espero que, se algum médico ou profissional da saúde ler o meu blog, me ajude a corrigir as falhas que eu tiver quando falar da doença em si. Mas, mais do que falar da doença, gostaria de dizer que é possível conviver com ela como se ela não existisse... ou melhor, como se ela fosse a alavanca que precisávamos para viver melhor, cuidar mais do corpo e do espírito.
Peço que colaborem, que me ajudem a divulgar... vocês são todos queridos do meu coração... aproveitem para tirar as dúvidas, saber como lidar, entender esta complexidade que é a esclerose múltipla ( apesar de preferir dizer desequilíbrio do chi do rim....).
É isso... primeiro post... ufa... queria há tempos fazer isso... e isso está nascendo.
Obrigada!!!
Tati